sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Evolução da Gestão de Pessoas nas Organizações



Rosana Freire

Psicóloga, Professora e Responsável pela Assessoria de Recursos Humanos do CIEE-PE

A gestão de pessoas é uma expressão marcada pela evolução no mundo do trabalho, atuando como função gerencial que visa a cooperação das pessoas que atuam numa organização. Há muito tempo vem sendo tratada como Administração de Recursos Humanos, limitando-se a uma visão desmerecedora da capacidade humana e da necessidade da sua presença, como um simples recurso na execução da tarefa.

Fazendo uma retrospectiva do termo administração, sua origem se deu a partir das experiências de vários estudiosos como Taylor ( 1856-1915), que fixou-se na produção, na execução da tarefa, levantando que os operários produziam menos do que eram capazes. Baseado nesta visão desenvolveu a técnica da racionalização dos movimentos requeridos para o cumprimento da tarefa, otimizando o tempo; Fayol (1841- 1925) com uma visão de estrutura, embora mecanicista também, contribuiu com o movimento da administração, atribuindo valor aos seguintes princípios: conhecer, prever, organizar, comandar, coordenar e controlar; Henry Ford (1863–1947), pioneiro na indústria automobilística, demonstrou que se cada funcionário recebesse uma tarefa específica e repetitiva, a tarefa poderia ser mais eficiente e sofreria redução de custo; Já Elton Mayo, psicólogo americano, voltou o seu olhar para a pessoa, como organismo organizacional, desenvolvendo experiências no campo do comportamento humano no trabalho, demonstrando a influência de fatores psicológicos e sociais no produto do trabalho.

Foi na década de 60 que passou a surgir o termo administração de pessoal, restringindo sua ação unicamente ao assistencialismo e a burocracia trabalhista, em que as guias de recolhimento tomavam o espaço da evolução e desenvolvimento das pessoas. O ser humano nesta época, embora reconhecido existente e necessário na empresa, era ainda visto de forma fragmentada: uma pessoa submissa, de baixa iniciativa e criatividade.

Já na década de 80 a administração de pessoal embarcou nos programas de qualidade, em geral voltados para a visão racional e não holística.
Mas o mundo do trabalho foi invadido por uma série de mudanças, devido aos grandes desafios provocados pela evolução da comunicação. A chegada da globalização e do desenvolvimento tecnológico provocou o rompimento de paradigmas ou modelagens metais antigos e o padrão de gestão não poderia continuar sendo o mesmo. Este cenário da década de 90 exigiu das organizações a reestruturação em várias frentes, pois a era da competitividade havia chegado bruscamente. O mercado mudou, os lucros passaram a ser equacionado pelo valor de um bom serviço prestado aos seus clientes, e para tanto, o seu pessoal teria que ter qualificação, competência para atingir esta excelência de serviço tão almejada.

A partir deste contexto, o profissional em seu ambiente de trabalho passou a ser visto de forma mais completa, como ser pensante e que tinha que usar suas habilidades e competências para colaborar com o alcance dos objetivos e metas das organizações. Com isto, inúmeros programas, projetos e incentivos que buscavam o desenvolvimento e que faziam fluir o que havia de melhor nas pessoas, passaram a fazer parte dos modelos gerenciais.

As mudanças não pararam o enfoque da gestão de pessoas e se transformaram paralelamente aos avanços ocorridos no mundo do trabalho, focalizando-se unicamente na busca do desenvolvimento. Houve uma preocupação com o crescimento e o desenvolvimento pessoal, no sentido de se atingir níveis mais altos de competências, criatividade e realização. A que a competitividade de uma organização passou a ser vista como dependente essencial da competitividade do seu corpo funcional.

O termo gestão ganha cada vez mais espaço, substituindo aos poucos o termo administração de recursos humanos. O funcionário é visto nos dias de hoje como um elemento, pulsador dos avanços conquistados pela organização, sendo reconhecido por muitas delas como parceiro, colaborador, associado, como um ser humano.

Gerenciar tornou-se um desafio para os administradores. A ordem é instalar novos processos, visando cada vez mais a satisfação de seus funcionários, pois motivados, executarão suas tarefas com eficiência e eficácia, diz Chiavenato.

Para tanto, neste panorama globalizado e competitivo, diversos e importantes segmentos da sociedade têm destacado a necessidade de redefinição da política industrial do país, em busca de maiores facilidades para a incorporação dos novos tecnologias, novos modelos de gestão.

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