quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Reclamação Trabalhista de quem é o problema?

Por Sandra Sobral

Reclamação Trabalhista: de quem é o problema: do gestor, do RH ou do Jurídico?

Em uma apresentação que fiz recentemente mostrei aos participantes algumas respostas que já ouvi a essas questões, dadas por alguns gestores:

“O assunto é com o RH!”

“Estou aqui para dar resultados!”

“Não estou aqui para me preocupar com essa bobagem!”


“Manda para o Jurídico!”

Na verdade, o gestor imagina que as reclamações trabalhistas são interpostas pelo colaborador que é demitido porque a empresa deixou de cumprir com alguma obrigação legal sobre a qual ele próprio não tem qualquer ingerência. O empresário tende a acreditar que devido ao princípio da protelação do Direito do Trabalho “o empregado sempre ganha mesmo”.

Por sua vez, o RH muitas vezes é o primeiro setor da empresa a receber a reclamação trabalhista ajuizada e a encaminha para o jurídico para elaboração de defesas, fornecendo-lhe os elementos necessários. Tal fato nem sempre chega ao conhecimento do gestor da área na qual trabalhava o reclamante.

O jurídico recebe a reclamação interposta e tenta minimizar os efeitos de uma condenação, manuseando com zelo e diligência as teses defensivas e as provas que lhe são fornecidas, que nem sempre garantem o sucesso.

O fato é que, a preocupação com o passivo trabalhista deve ser de todas as áreas envolvidas, pois sem a visão sistêmica da relação do trabalho, não haverá redução de passivos, nem êxito nas demandas. O sucesso de um, depende dos demais, quando a questão é prevenir.

As reclamações trabalhistas são sempre o produto de um conflito na relação de trabalho, ou pela inobservância da legislação trabalhista ou por mau relacionamento com a liderança que, perante o trabalhador, representa a empresa, segue o que a empresa lhe determina. Se há relação de credibilidade e confiança, as reclamações tendem a diminuir, independentemente de se havia ou não motivos legais para interposição.

Na aplicação dos subsistemas de RH os profissionais precisam estar atentos às implicações legais das medidas adotadas, desde o recrutamento e seleção, que também podem gerar pedidos de indenização por danos morais, passando pelos métodos de retenção de talentos, com benefícios e vantagens, pelo desenvolvimento das lideranças, até quando a relação de trabalho acaba com todas as suas conseqüências.

Por outro lado, o conflito na relação de trabalho nasce nos corredores da empresa, na relação com o líder, com outros colaboradores, no dia a dia do trabalho, nos horários, nas formas de trabalhar e aí vão se formando as provas a serem fornecidas ao jurídico depois. Testemunhas, documentos, perícias, tudo surge e será favorável à empresa, ou não, no momento em que se criam, e este momento é durante a gestão.

Muitas das obrigações empresariais nas relações do trabalho são geridas diretamente pelas lideranças, que mantêm contato direto e diário com os colaboradores (horários, ausências, faltas disciplinares, funções e atribuições, etc.)

Nesse contato direto, a liderança tem a possibilidade de conhecer as necessidades, as dificuldades e as queixas de seus colaboradores, além de deter parte importante do poder de direção do empregador: o poder disciplinar.

Assim, vê-se que ao jurídico caberá o manuseio técnico, com excelência, das teses e das provas que lhe serão fornecidas. Mas essas provas são produzidas durante a relação do trabalho e dependem do grau do conhecimento do gestor e do RH sobre o quê e como estão fazendo.

Então, de quem é mesmo o problema?


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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

RH como protagonista da sustentabilidade

Para a área de recursos humanos (RH) a sustentabilidade é uma oportunidade de novos negócios. Segundo a presidente da ABRH – BA, Ana Cláudia Athayde da Costa, o profissional de RH deve ser o protagonista e estimular que o colaborador também seja protagonista de suas próprias ações. “Temos que buscar inspiração para levar essa mudança de consciência às pessoas. A saída é vermos a nós mesmos como agentes inspiradores. Além disso, temos que ser exemplo para os outros colaboradores”, projeta Ana Cláudia.

A psicóloga explica que para estimular as pessoas a atingirem níveis mais elevados de consciência, é necessário estimular o auto-conhecimento e a auto-estima. Ana Cláudia convida os gestores de RH para essa reflexão pedindo que eles comecem o trabalho dentro de casa: “Enquanto profissionais, devemos provar do nosso próprio remédio e buscarmos a auto-gestão e auto-equilíbrio”. Ela cita que o gestor pode, por exemplo, repensar os conteúdos das formações para estimular tanto os conceitos de sustentabilidade como o protagonismo.

O trabalho nos sete pilares da sustentabilidade (social, econômico, ecológico, cultural, espacial, político e ambiental) deve ser feito passo a passo. Segundo a Ana Cláudia, os projetos devem ser realizados de forma sistêmica através das ações de pensar, sentir e agir.

A diretora de sustentabilidade da ABRH –RJ, Tereza Abrahão, cita uma atitude prática da utilização desse modelo sistêmico para mudar a percepção da liderança em relação à sustentabilidade. “Levamos as lideranças para caminhar às margens do rio Tietê [São Paulo], para conhecer lixões e escolas com projetos sociais. A percepção sobre sustentabilidade mudou rapidamente por meio de uma atitude simples”, comemora Tereza.

Não desistir e acreditar que as ações funcionam, segundo Ana Cláudia, são os aspectos que farão o diferencial do gestor de RH em programas de sustentabilidade. Em palestra realizada hoje, 16 de agosto, durante o 37º Congresso Brasileiro de Gestão de Pessoas – CONARH ABRH, a profissional lançou uma provocação aos profissionais da área: “Sustentabilidade é uma questão de atitude!”

Fonte: http://abrhnacional.org/2011/08/16/rh-como-protagonista-da-sustentabilidade/