terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Executivos apontam as perspectivas do RH para 2012



Reforçam a formação de liderança e novas formas de trabalho como prioridades.






CAPACITAR E RETER
DAVIDE APRILE, diretor de relações humanas do Laboratório Farmacêutico Zambon no Brasil, é formado em economia e está no mercado de RH há sete anos. Antes de atuar no RH do laboratório, foi gerente sênior de RH da Novartis Biociências e gerente de projetos de consultoria da Accenture do Brasil.

Prioridades
Antes de falarmos sobre prioridades, precisamos refletir sobre o cenário atual. A recessão na Europa e o contexto econômico global fazem com que as multinacionais busquem redução de custos. Por outro lado, o Brasil vem crescendo e muitas empresas estão migrando para cá à procura de expansão e enfrentando a falta de talentos e de capacitação técnica da mão de obra. Se isso não bastasse, a multiplicidade de gerações no mercado e o advento da geração Y criam novas necessidades de ambientes e de modelos de trabalho. Neste cenário, a capacitação e o desenvolvimento de competências técnicas e principalmente de liderança são uma clara prioridade: os líderes devem estar preparados para gerenciar a diversidade. Assim, cabe ao RH trazer, desenvolver, mobilizar e reter líderes com visão de negócio e pessoas. Além disso, existe a necessidade de implantação de ações de flexibilização dos ambientes e modelos de trabalho, como benefícios e horários flexíveis, escritórios e reuniões virtuais e outras soluções que venham a simplificar o dia a dia, indo ao encontro de uma necessidade de customização quase individual. Estas ações têm de ser acompanhadas de comunicação e prioridades claras, tudo isso para gerar um ambiente produtivo que possa engajar e reter os talentos nas empresas.

Perspectivas
A área de RH vem vivendo um momento especial. Cada vez mais as empresas e os altos executivos enxergam com clareza a importância e o impacto das pessoas e das relações para a superação dos objetivos e desafios. Com isso, o RH tem sido mais prestigiado e desafiado no desenvolvimento de projetos e na implementação de práticas de gestão. Fica claro que a área vem se tornando um elemento estratégico e determinante para o sucesso e sustentabilidade das empresas. As perspectivas são muito boas e favoráveis, desde que se tenha foco e clareza na direção a ser seguida, sem esquecer que as competências técnicas de RH são a base para um trabalho eficiente.

DE VOLTA AO BÁSICO
Com mais de 17 anos de experiência em recursos humanos, ANTONIO SALVADOR está na Hewlett-Packard (HP) desde novembro de 2010, na qual responde pela vice-presidência de RH no Brasil. Antes disso, atuou em organizações como PricewaterhouseCoopers, IBM, Promon Tecnologia e Brahma (AmBev). Salvador é formado em comunicação social (relações públicas) e pós-graduado em administração de negócios, além de possuir cursos de extensão em programa de gerenciamento de jovens (no francês Insead) e liderança em serviços profissionais (na Harvard Business School).

Prioridades
Para o ano que vem, o que chamo de "volta ao básico", ou seja, realizar ações básicas como recrutar, processar e realizar operações de forma mais eficiente, otimizando custos. Além disso, a área de RH também deve dar a devida atenção à gestão de talentos, isto é, trazer para a empresa profissionais que tenham uma identificação cultural com a companhia e, a partir daí, trabalhar internamente para mover esses talentos para novas oportunidades, para que eles se engajem e tenham a percepção de que suas carreiras estão evoluindo.

Perspectivas
Alguns temas deverão continuar em alta no próximo ano. Falta de talentos, por exemplo, é um problema que tende a crescer em 2012 - e não estou falando só na busca de talentos, mas sim, na procura de profissionais realmente qualificados e que atendam às necessidades das organizações. Pressão por custos também será um desafio. Os profissionais dessa área, mais do que nunca, terão de olhar para as empresas e avaliar qual o melhor modelo de custo para balancear e garantir o engajamento dos profissionais, ao mesmo tempo que se mantenha a competitividade. O tema engajamento também permanecerá no próximo ano como um dos temas-chave. Quanto às expectativas das organizações em relação aos profissionais de RH, certamente elas buscarão pessoas que saibam administrar crises, que sejam flexíveis, ágeis e que tenham grande conhecimento do negócio.

Fonte: http://revistamelhor.uol.com.br/textos/289/o-que-esta-por-vir-243427-1.asp